PRÉVIA (n.t.) 9º

Mais solitário jamais | Einsamer nie
Gottfried Benn

O texto: Avesso à criação primitiva e espontânea, Gottfried Benn escrevia e reescrevia seus poemas várias vezes, deixando-os amadurecer por anos. Para ele, a poesia não tinha o poder de melhorar a vida, mas de modificá-la, alterando o modo de pensar do leitor, ao contrastar sua visão de mundo e aumentar a sensibilidade no tocante à observação do real. Nesse sentido, a poesia não serve apenas para embelezar ou consolar, uma vez que envolve um processo de concepção extremamente complexo dentro da psique humana, para esboçar ou traduzir um estado de espírito diante da realidade, da história ou da própria imaginação. A presente seleção de poemas abrange obras diversas de Benn, dando-nos uma mostra de seu rico imaginário poético.
Textos traduzidos: “Astern”; “Ein Wort”; “Einsamer nie”. In. Statische Gedichte. Zürich/Hamburg: Arche Verlag, 2000. “Nur zwei Dinge”. In. Sämtliche Werke. Stuttgart: Klett-Cotta, 1986. “Mann und Frau gehn durch die Krebsbaracke”; “Schöne Jugend”; “Kleine Aster”. In. Morgue. Berlin-Wilmersdorf: A. R. Meyer, 1912.

O autor: Gottfried Benn (1886-1956) foi poeta, ensaísta e prosador, um dos mais célebres escritores do Expressionismo alemão, considerado o renovador da poesia lírica em seu país no período do pós-guerra. Autor de Morgue (1912), livro que o tornou conhecido no meio literário, em que o poeta transforma o feio em um objeto de contemplação e adota a estética do repulsivo, e também de Poemas Estáticos (1948), escrito em sua fase mais madura, em que apresenta uma poesia mais hermética e ainda niilista, influenciada pelo pensamento de Nietzsche. Benn conviveu com a destruição provocada pela guerra, era filho de um pastor evangélico, estudante de teologia e filosofia, antes de voltar-se definitivamente à medicina.

A tradutora: Viviane de Santana Paulo (São Paulo), poeta, tradutora e ensaísta, é autora dos livros Depois do canto do gurinhatã (poesia, Multifoco, 2011), Estrangeiro de Mim (contos, Gardez!, 2005), Passeio ao Longo do Reno (poesia, Gardez!, 2002) e Em silêncio (Arc edições, 2014), escrito em parceria com Floriano Martins. Participou das antologias Roteiro de Poesia Brasileira - Poetas da década de 2000 (Global Editora, 2009) e da Antología de poesía brasileña (Huerga Y Fierro, 2007). Vive em Berlim, na Alemanha.



☞ BENN, Gottfried. Mais solitário jamais | Einsamer nie.
Trad. Viviane de Santana Paulo. (n.t.), n. 9, v. 2, set. 2014, pp. 61-77.


© (n.t.) Revista Nota do Tradutor
ISSN 2177-5141