PRÉVIA (n.t.) 21º

Editorial
Rocha Diepkloof

Em um abrigo rochoso em Western Cape, na África do Sul, conhecido como Diepkloof Rock Shelter, arqueólogos descobriram algumas das primeiras evidências do uso humano de símbolos em formato de desenhos geométricos que, inclusive, podem representar talvez a forma mais antiga de comunicação escrita já encontrada. Feitas por caçadores-coletores, as gravuras... (...)

Entalhadas em cascas de ovos de avestruz, que eram usados como recipientes de água, considerados os primeiros cantis da história, desde a primeira escavação arqueológica do sítio em 1973, cerca de 400 cascas foram descobertas, de possivelmente 25 recipientes. Os fragmentos gravados, capa desta edição da (n.t.), mostram o desenvolvimento inicial de uma tradição gráfica... (...)

Como vemos, a intenção humana de se comunicar não só oral, mas graficamente, parece remontar a uma era ainda mais antiga que a dos primeiros registros encontrados de proto-escrita, que datam do 7º milênio a.C., como os símbolos Vinča, na Europa, ou Jiahu, na China, por exemplo. E essa mesma intenção se encontra na escrita dos autores reunidos nesta edição... (...)

E assim como os padrões simbólicos dos fragmentos encontrados em Diepkloof Rock Shelter, que parecem sugerir uma tentativa de comunicação, que quiçá expresse a identidade de um indivíduo ou então de um grupo, da mesma forma operam os escritores e poetas com suas obras, ao fazerem uso de um sistema linguístico, de uma grafia, para expressar suas vozes... (...)



☞ Editorial: Rocha Diepkloof.
(n.t.), n. 21, v. 2, dez. 2020, pp. 04-05.


© (n.t.) Revista Nota do Tradutor
ISSN 2177-5141